segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Decreto beneficia bandido e deixa Policial sem ação. Prá quê policia andar armada se não pode atirar?



Ah, a velha narrativa de que sem uma polícia autorizada a agir como um exército em plena guerra civil, o trabalho de segurança pública seria impossível. Vamos esclarecer algumas coisas, porque parece haver certa confusão sobre o papel da polícia em uma sociedade civilizada.

A função principal da polícia não é sair atirando primeiro e depois decidindo quem era o assaltante e quem era a vítima. Isso, além de moralmente indefensável, é um desastre operacional. A polícia existe para garantir a segurança da população, preservar a ordem pública e, quando necessário, aplicar a lei com base na justiça e nos direitos humanos. O uso da força letal deve ser o último recurso, e sua aplicação exige critérios claros para evitar tragédias e abusos. Essa ideia de “atirar primeiro, perguntar depois” pertence a filmes de ação, não a democracias funcionais.

E aqui está um fato inconveniente: em muitos países onde a polícia não tem essa postura belicista—e onde existe maior investimento em treinamento, mediação de conflitos e abordagens não letais—, os índices de criminalidade são significativamente mais baixos. Quando a polícia age de forma precipitada, quem sofre não é só o suspeito, mas a confiança da população no sistema de justiça. Uma polícia que mata indiscriminadamente não protege; ela assusta e desumaniza.

Agora, sobre a ideia de que "tem que esperar o assaltante atirar primeiro" ou "não pode atirar se ele estiver em fuga"—isso não é um decreto absurdo, é um princípio básico de proporcionalidade e legalidade. A vida humana é o bem jurídico mais protegido, e até um suspeito de crime tem direitos. Se a polícia não está sendo ameaçada diretamente, atirar em uma pessoa em fuga equivale a uma execução sumária. Isso não é justiça, é barbárie.

Por fim, se a questão é “quem vai querer ser policial?”, talvez a resposta esteja no tipo de polícia que estamos criando. Uma polícia bem treinada, valorizada e equipada para agir com inteligência e não com impulsividade será mais atrativa para profissionais qualificados. Por outro lado, se a carreira for promovida como uma licença para matar, atrairá apenas aqueles que veem uma arma como substituto para bom senso e disciplina. Em qual polícia você confiaria para proteger sua comunidade?

Versão resumida para quem tem problemas com sarcasmo e ironia:

A polícia não deve agir como um exército em guerra civil. Seu papel é proteger as pessoas, manter a ordem e aplicar a lei com justiça, usando a força letal apenas como último recurso.

Em países onde a polícia é mais bem treinada e usa métodos não letais, a criminalidade tende a ser menor. Quando a polícia age de forma impulsiva e violenta, a população perde a confiança e isso causa mais problemas.

Atirar em um suspeito em fuga, sem ameaça direta, é errado e desumano. A vida é o direito mais importante, mesmo para suspeitos.

Se quisermos atrair bons policiais, precisamos valorizar o treinamento e a inteligência no trabalho, e não promover a violência como solução.

EDITOR:  Pimenta nos olhos dos outros é refresco.  Isso mesmo. Dar palpite, conversar pelos cotovelos é muito fácil. Enfrentar bandidos cara a cara é bem diferente.  

Quando a barriga dói chama-se a polícia para resolver, mas tira da polícia o Poder de resolver.  

A imprensa adora culpar a polícia e defender bandidos, porque isso dá ibope.  Os direitos (des) humanos pela mesma forma.   

Prá começar, o policial não pode chamar o vagabundo de ladrão ou outro predicado, porque tem que respeitar o cidadão infrator.  

Enquanto tiver bandidos na política, os problemas vão continuar.   Os bandidos na rua e nós presos em apartamentos com vigilantes e saindo com carros blindados.  

Os bandidos continuam soltos e protegidos pela democracia brasileira. Salve-se quem puder. 


 

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